CLARISSA
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quarta-feira, fevereiro 02, 2005

Ser chato

Pois é,

O que é ser chato?

Não sei. Perguntem para quem me chama de chato. Já aviso, como todo bom chato, que não sou chato.

Vou reproduzir a reportagem da Superinteressante sobre o assunto (edição 201 – junho 2004, de Bárbara Soalheiro, sei lá se com licença ou não, mas, pela propaganda, me sinto autorizado):

Por que existem chatos?

Os chatos existem porque existem, oras, Existem porque são chatos e são chatos porque existem. Se não existissem não seriam chatos.


Não há dúvidas: o texto aí em cima é chato! E o principal motivo é o fato de ele repetir quatro vezes as palavras ‘chato’ e ‘existem’. Qualquer situação repetitiva é difícil de suportar (parêntesis: eu sempre começo com um ‘pois é'. Isso é ser chato. Tem quem pense que isso é uma marca pessoal. Até pode ser, mas é chato pra burro...) ’A contramão da chatisse é a criatividade ‘, diz o psicanalista Raymundo de Lima. Raymundo é um estudioso de Tratado Geral dos Chatos, escrito em 1962 por Guilherme Figueiredo. ‘O livro é uma referência sobre o assunto. Além de pioneiro, fugiu da linguagem acadêmica, que é muito chata’, diz.

Figueiredo classificou diversos tipos maçantes, dando a eles nomes e explicações pseudocientíficas. O que ele não imaginava era que, em apenas algumas décadas, seria possível apontar motivos biológicos para esse estado humano. ‘A razão mais comum para a chatisse é a crise de mania, quando o sistema de recompensa – a área do cérebro responsável pelo prazer – fica superexcitado’, diz a neurologista Suzana Herculano-Hozel, da UFRJ. Durante a crise, a pessoa sente prazer em fazer ou falar a mesma coisa. ‘Ela não sabe que está sendo desagradável pois o cérebro produz a sensação de que aquilo é legal’, diz Suzana. (outro parênteses: olhai, até to achando legal só falar na gravidez e no pimpolho, heheheeh)

Mas antes de sair por aí dizendo ‘Ah! Então é por isso que (use o nome do seu conhecido mais chato) é assim!, saiba que ninguém está imune à chatisse aguda. ‘Essas crises são comuns, mas existem em várias gradações. Podem ser bem leves ou chegar ao delírio paranóico, quando a pessoa se sente Deus.’ Se você se identificou, está em vantagem considerável em relação ao resto da humanidade. Afinal, de acordo com Figueiredo, ‘os chatos não se chateiam'."

Eu não me chateio.