CLARISSA
Lilypie Baby Ticker

sexta-feira, fevereiro 04, 2005

Horário de Verão

Pois é,

Eu gosto do horário de verão. Aliás, eu só gosto do verão. Não consigo entender gente que gosta de frio. Sempre pensei que a imagem do inferno como sendo algo quente, cheio de fogo, com caldeirões cheios d’água fervendo; o diabo com um tridente na mão, pronto para espetar algum trouxa que tenha caído por lá, era fajuta, coisa de religião...

O inferno é frio, gélido (deixa eu aproveitar: e cheio de motoqueiros fazendo barulho). Onde a vida é alegre? Nas praias quentes do mundo. O Brasil se muda pras praias no verão. Até as “não tão praias” gaúchas se enchem de gente no verão. E porque as praias gaúchas são um inferno? Porque as águas são geladas (putz, perdi meu emprego na Secretaria de Turismo!).

Santa Catarina ainda se salva pela paisagem. Linda, mas com águas geladas e cheias de paulistas. É um inferno.

Dia desses assisti a um documentário sobre a expedição de Amundsen ao pólo sul. Posso dizer, com toda certeza, que esse foi um cara que visitou o inferno por livre e espontânea vontade.

Um dia ainda crio coragem e vou mi’mbora pro Ceará. Pego a patroa e o pimpolho que está por vir e vou vender baião de dois em Cumbuco.

Tem a historinha do executivo, que depois de muitos e muitos anos, resolveu tirar férias e foi-se pro Ceará. Lá chegando, numa das tantas praias desertas e maravilhosas, encontrou um “cabra da peste” deitado na rede. Fez seu passeio e voltou para a cidade. No dia seguinte voltou à praia e viu o cabra ainda deitado na rede. Ficou intrigado. Voltou para a cidade pensando: “amanhã falo com ele, se ainda estiver por lá”.

No dia seguinte, ao chegar na praia, a cena era a mesma, o cabra deitado na rede. Aproximou-se e falou: “não tens vergonha de passar os dias inteiros aí, deitado numa rede sem fazer nada? Devias estar trabalhando, juntando dinheiro para um dia tirar férias e poder viajar e conhecer lugares bonitos como esse e não fazer nada, só ficar admirando?” Ao que respondeu o cabra: “ó xente! Mas não é isso que eu to fazendo?”

Aguardem. Qualquer dia eu vou dizer “ó xente”...