De como fazer um dia ter 30 horas II
Comentários à regra n. zero – I: dos outros
Pois é,
Sorry, friends. Quando vejo gente jovem querendo dias com menos horas me assusto. Algo não deve estar bom na vida deles. Ou trabalham demais, ou trabalham no que não gostam. Ou ganham pouco pelo trabalho que fazem. Ou namoram de menos, ou namoram quem não querem. São exemplos. De qualquer forma, não estão conseguindo realizar o que querem. Então fica mais fácil diminuir o dia, porque assim sobra menos tempo para querer fazer mais. E menos frustração também.
É um problema dos dias atuais. Da velocidade. O futuro já é hoje, quase ontem. Não se tem mais tempo para planejar a vida. Com vinte e poucos já precisamos de tudo o que antes poderíamos ter aos quarenta. Estabilidade financeira e família. Cobra-se de quem sai da faculdade que seja um profissional de sucesso, como se isso não fosse um caminho a ser percorrido. Como se não fosse necessário experiência. Esse é o mal da internet. Cria nas pessoas a ilusão da velocidade. A vida deve ser tão ou mais veloz que a rede.
Vive-se com a sensação de que algo ficou para trás, de que perdemos o bonde e de que não vai passar outro. Exclusão. A velocidade cria a sensação de exclusão. Vivemos a cada instante sendo excluídos de algo.
E aí, a solução é diminuir o tempo. Pará-lo, até, se pudéssemos. Menos tempo, menos exclusão.
Por essas e outras que prefiro e faço um dia maior. De trinta, por enquanto. Treino para conseguir mais. Talvez quarenta horas.
É o pensamento inverso: inclusão ao invés de exclusão. Quanto mais horas tiver, mais posso me incluir. Seja lá no que for.
Comentários à regra n. zero – II: os meus - a seguir...