Falta de experiência explica tudo!
Pois é,
Aviso aos puristas: não sei e nem quero saber onde e como se aplicam os "Porquê", "porque", "por que" e porque não dizer, o "Por quê". Vai tudo do jeito que sair.
A falta de experiência pode explicar tudo nessa vida.
Por que não gosto de quiabo? Porque nunca experimentei! E por que as pessoas não têm esperiência? Por pura falta de experimentar.
O mais interessante da mídia reacionária é o fato de que somente gente que não experimenta ser contratada ou ter acesso. A humanidade é paradoxal: desenvolve-se através das experiências, mas detesta quem experimenta. E sempre tem os oráculos do final de tudo.
Como sou um pouquinho mais antigo de nascimento, pude presenciar conscientemente os vinte anos que começaram em 1960 e terminaram em 1980. E só até 1980 alguma coisa aconteceu nesse mundinho. Depois tem sido essa pasmaceira produzida internacionalmente e replicada aqui no Brasil pelas loiras platinadas (a dita original e suas cópias fajutas).
Quinta-feira passada, se é que meu HD de 2GB ainda permite recuperar, em um programa sobre "jornais" no The History Channel, um dono de jornal assumia que, com o advento da televisão, os jornais perderam a sua função. Eram meros reprodutores daquilo que as pessoas já tinham visto na televisão. Citou até o exemplo da invasão do Iraque patrocinada pelos irmãos do norte. E dizia: "as pessoas recebem o jornal às seis da manhã com notícias que elas já tinham visto ao vivo na CNN quatro horas antes. Que razão elas teriam para continuar a comprar o jornal?"
Vai daí, disse ele, que sobrou para os jornais criar a sua própria realidade, diferente daquela que as pessoas estavam vendo. E por quê? Porque, diferentemente do que diz o ditado "uma imagem vale mais que mil palavras", as pessoas tendem a acreditar muito mais no que lêem do que no que vêem! Pasme-se!. E aí passaram para a famosa "diversificação". Escrevem qualquer bobagem sob o pretexto de ser "cultural", "informativo", de "interesse geral" e outras asnices. Contratam os seres mais idiotas do mundo para escreverem. Raríssimos são os casos de gente que é contratada de jornal que, espremendo, saia algo que preste. E ainda arvoram-se o título de "quarto poder".
Agora a pergunta: por que certa indignação contra pessoas que escrevem nos jornais contra os blogs? Isso deve-se a uma certa indignação que vi nos blogs que costumo ler, com relação a uma entrevista feita por uma certa menina da Zero Hora, dizendo que o blog seria o caminho necessário para os escritores da era da internet (a frase é minha, não é reprodução textual). Por que o espanto? O que se pode esperar de quem nasceu no máximo na década de 70 e viveu sua adolescência no período mais infértil da história brasileira (daqui a 500 anos será conhecida como a Idade das Trevas Brasiliera) que foram os anos 80 e 90 do séc. XX? Claro, sem generalizações. Até porque foi uma dessas pessoas que me incentivou a ter um blog.
Experiência. Foi isso que fiz e tenho feito. E contra meus próprios preconceitos. E olha que os tenho em pouca quantidade.
Com os blogs ocorre a mesma coisa que aconteceu em relação à televisão. Os jornais e editoras, até então senhores absolutos da palavra escrita, perderam o poder! É isso. Contratam meninhas e senhores, no mínimo bossais, para dizerem asneiras contra os blogs.
Um aparte: essa palavra "bossal" é daquelas que a gente vai crescendo e ouvindo. E nunca sabe exatamente o que significa até virar adulto e encontrar com um pela frente. Lembro que meu pai usava com bastante freqüência. Quando era criança não sabia o que significava, mas tinha o sentimento de que não era algo bom ser chamado disso. Hoje eu sei! Descobri que é pré requisito para ter poder. O que me afasta definitivamente dele.
Voltando, é falta de experiência ou proibição para os mais novos que trabalham nos jornais. Ou puro preconceito. Tá certo, é difícil. Não é uma experiência tranqüila. O maior inimigo somos nós mesmos. A nossa própria crítica, que a gente costuma jogar pra cima dos outros dizendo que ninguém vai gostar ou que ninguém tem porque ter interesse no que escrevemos. E é essa falta de coragem que torna as pessoas bossais e, por via das conseqüências, contratadas de veículos tipo os chamados "jornais de grande circulação". Porque se tiverem coragem são demitidas por quem não tem.
Comecei tarde pra quem é de antes da microinformática e da internet. Sou do tempo do cartão perfurado. Também achava que blog era coisa de guriazinha, escrito por quem não possui mais do que cem palavras no vocabulário, sendo "gugu dada" as mais freqüentes. Tivesse Jesus nascido há 30 anos e hoje estaria pregando pela internet: "O blog do Jesus - vinde a mim os blogueiros". E o Sermão da Rede começaria com "Bem aventurados os blogueiros de espírito, pois deles será o reino virtual".
Sei que ainda não sou "digno de entrar em vossa casa", mas é só pela experiência que se descobre como tornar-se digno e não escrevendo asneiras nos jornais.
Experiência! É o que falta pra essa gente.