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sábado, março 19, 2005

Annus Mirabilis

Pois é,

O ano de 1905 passou para a história como o Annus Mirabilis. Nesse ano, Einstein publica cinco artigos. Dentre eles, dois revolucionariam não apenas a física, mas o mundo. A internet deve sua existência a ele.

No primeiro, "Sobre um ponto de vista heurístico concernente à geração e transformação da luz" ("Über einen die Erzeugung und Umwandlung des Lichtes betreffenden heuristischen Standpunkt"), Einstein formula a lei do efeito fotoelétrico, que em 1921 lhe daria o prêmio Nobel. O próprio Einstein, numa carta ao amigo Conrad Habicht, admitia ser este um artigo revolucionário: "O artigo trata da radiação e das propriedades energéticas da luz e é muito revolucionário, como você verá (...)"

O segundo, "Sobre uma nova determinação das dimensões moleculares" ("Eine neue Bestimmung der Moleküldimensionen"), foi aceito como tese de doutoramento na Universidade de Zurich.

No terceiro, "Sobre o movimento de partículas suspensas em fluidos em repouso, como postulado pela teoria molecular do calor" ("Über die von der molekulartheoretischen Theorie der Wärme geforderte Bewegung von in ruhenden Flüssigkeiten suspendierten Teilchen"), Einstein explica o famoso Movimento Browniano.

É no quarto artigo que Einstein propõe a Teoria da Reslatividade Restrita. "Sobre a eletrodinâmica dos corpos em movimento" ("Zur Elektrodynamik bewegter Körper") era considerado, por ele mesmo, "apenas um esboço grosseiro". Quem diria que um esboço grosseiro poderia romper com o paradigma newtoniano.

No quinto e último artigo desse Annus Mirabilis - "A inércia de um corpo depende da sua energia?" ("Ist die Trägheit eines Körpers von seinem Energieinhalt abhängig?"), Einstein apresenta a equação mais conhecida de toda a história da humanidade. Não há, creio, quem não a conheça:

E = mc2


Posteriormente Einstein estenderia sua Teoria da Relatividade desenvolvendo o que se conhece como Teoria da Relatividade Geral, que trata de questões gravitacionais e cosmológicas.

Em 1543, Copérnico publica, 35 anos depois de escrita, a obra "Das Revoluções dos Corpos Celestes" ("De Revolutionibus Orbium Coelestium"), onde joga por terra, definitivamente, a concepção de que o homem, criado à imagem e semelhança de Deus, era o centro do universo. Em 1687, Newton publicaria sua obra "Princípios Matemáticos da Filosofia Natural" ("Philosophiae Naturalis Principia Mathematica"), onde expõe o que viria a ser conhecido como Mecânica Newtoniana, explicando a gravitação e a atração entre os corpos, além das leis do movimento.

Copérnico e Newton foram a base do mundo, até que Einstein os colocou como um caso particular da Teoria da Relatividade Geral. Passados cem anos do Annus Mirabilis, o mundo ainda não entende Einstein.

Einstein morreu um 1955 sem conseguir realizar um sonho: unificar as teorias da física que explicam as forças da natureza: nuclear, gavitacional e eletromagnética. Até hoje, passados cem anos, os físicos não conseguiram.

Em 1905, Einstein tinha apenas 26 anos.