Culinária do Chato.
Pois é,
Qual é o meu prato preferido? O purê. Simples assim. Tem a lazanha, mas essa é muito rebuscada, exige todo um cerimonial para comer. Lazanha precisa de convite. Pra comer purê, ninguém te convida. “Vamos fazer uma jantinha lá em casa no sábado?” O mínimo, que esperas, é uma lazanha. Ou qualquer outra coisa, menos purê. Ou, se tiver, fica ali como mero acompanhante.
Preparar uma lazanha é fácil. Difícil é dar o ponto no purê. Tem gente que mistura queijo ralado; outros, claras em neve. Alguns botam no forno; outros fazem recheado. Purê mesmo, aquele só com batata, leite e manteiga, esse é difícil. E por quê? Porque o purê é simples. E coisas e pessoas simples são difíceis. Somos educados para enfrentar desafios, não coisas simples. Achamos todo mundo difícil, a priori. Não acreditamos quando alguém é simples na sua maneira de ser ou de se expressar. Jogamos milhões de adjetivos por cima.
Quando quero recuperar o sentido da simplicidade, faço um purê. As batatas estão cozinhando... mais uma vez tento acertar o ponto. É difícil. E ele? Ele vai me encher de simplicidade por uns dois dias...
Licença que vou comer meu purê. Bom apetite!