Roberto Carlos e emoções
Pois é,
Eu gosto. Tenho a coleção em LPs. Dos Cds, infelizmente uma fase meio, meio..., não tenho nenhum a não ser o excelente Acústico MTv, disco que qualquer dia se acaba de tanto que escuto. Mas não é sobre ele que quero escrever. Um dia ainda faço um post - talvez um mínimo decente - sobre ele. Merece, mesmo que tenha gente muito mais competente para isso do que eu.
Mas é sobre algumas sensações (emoções) que a Luma - não sei se intencionalmente, acho que não - me fez sentir e que me lembrou da letra "se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu senti" do RC.
Num comentário ela fez uma conta, aparentemente de brincadeira, e "acertou" a minha idade. Até aí tudo bem. Afinal, tem gente que sabe dar chutes. Sensação n.º 1: surpresa. Surpresa por alguém chutar tão bem.
Hoje entrei no Haloscan para comentar alguns comentários e me deparo com vários comentários que eu não tinha lido. Sensação n.º 2: inexperiência. Inexperiência por não prever a possibilidade de que alguém possa comentar um post mais antigo.
Sensação n.º 3: transitoriedade. Desde que iniciei a ler blogs e a escrever neste, tenho a sensação de transitoriedade dos posts. Algo como "o que escrevi hoje ninguém vai ler amanhã", ou "ninguém perde tempo lendo posts anteriores a dois ou três dias". Eu não faço isso. Fico uma hora visitando todos os posts da minha lista todos os dias, no mínimo duas vezes: uma pela manha e outra à noite. Assim mantenho-me em dia e não preciso ficar rolando a tela.
Acontece que eu comentei o comentário da Luma dizendo que não havia entendido a conta que ela tinha feito mas que, de qualquer forma, ela havia acertado. Pois não é que ela foi lá e escreveu: "Afonso ... li seu blogo inteiro... rs".
Pronto. Foi o que bastou para que da quarta à decima sensações se misturassem todas.
Quarto, não supunha que alguém pudesse se dedicar a ler todo o blog (admirado); quinto, não me lembro de ter escrito algo sobre minha idade (amnésia, ou a sensação associada a não conseguir se lembrar de algo); sexto, parece que sou mais transparente do que imaginava (tem alguma sensação associada com isso. Não sei qual, mas que tem, tem. Estou sentindo, oras!); sétimo, o que será que ela ficou pensando (medo, apreensão)? Oitavo. Esse blog pode tomar forma, corpo e querer sair por aí sozinho, sem mim (perda) ? Nono, e agora (dúvida misturada com responsabilidade)? Décimo (VETADO. Dessa eu gosto, rs).
Mas a maior de todas é a sensação da perda do anonimato. Anonimato não de nome, mas de ser. É quando a gente se dá conta que existe porque outros viram que a gente existe. Sem querer (?) parece que fui me mostrando e agora parece que estou desnudo. É, assim mesmo, sem pele, sem músculos, sem órgãos e sem ossos. Vou ter que ler todo meu blog.
A Kaya tem razão quando diz que eu sou muito transparente. E eu achava que era só um problema no grau dos meus óculos, quando me olho no espelho e já quase não me enxergo.