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terça-feira, maio 03, 2005

Serviço público e orçamento social

Pois é,

Falar por falar é fácil. Tentar ter um pouco de razão dá trabalho. Tem que ler e pesquisar. Pena que muita gente prefere sair repetindo as notícias veiculadas pela mídia sem sequer parar para verificar os reais fundamentos.

Aproveitando o tema do servidor público, muito se disse o ano passado, por ocasião da reforma da previdência, que os gastos com a aposentadoria dos servidores públicos esvaziavam as burras da fazenda. Com isso queriam tirar a aposentadoria integral e outros benefícios consquistados. Como já disse, tentam fazer do servidor público o bode expiatório do Brasil. Pois bem, está lá no site do Ministerio da Fazenda, publicado ontem, o Relatório do Orçamento Social do Governo Federal 2001-2004, para quem tem o hábito de tentar ter razão no que fala ou escreve. Em meio ao relatório encontramos:

"7. Nos últimos anos, o aumento das despesas previdenciárias se concentrou principalmente no Regime Geral da Previdência Social (INSS). De 1998 para 2004, o gasto com benefícios do INSS cresceu quase 1,7% do PIB, passando de 5,6% para 7,3%. Ao mesmo tempo, as receitas desse sistema têm se mantido relativamente estáveis – ligeiramente acima de 5% do PIB –, de forma que o déficit previdenciário do RGPS subiu de 0,8% do PIB em 1998 para 1,8% em 2004."

É o próprio governo que admite: não são as aposentadorias pagas aos servidores públicos o grande mal desse país.

Em outro relatório - Pessoal e encargos sociais da União, também publicado ontem, lê-se:

"Continua havendo gradual diminuição do número de servidores ativos como proporção da população geral (salvo pelo efeito da variação do contingente do serviço militar em 2002, explicado a seguir). Por outro lado, o peso dos inativos e pensionistas não diminui, mantendo-se o número destes beneficiários estável como proporção da população geral."

Pena que a nossa mídia suja não faça alarde sobre isso. Leiam os relatórios.