CLARISSA
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quarta-feira, julho 28, 2004

De como fazer um dia ter 30 horas II

Comentários à regra n. zero – I: dos outros

Pois é,

Sorry, friends. Quando vejo gente jovem querendo dias com menos horas me assusto. Algo não deve estar bom na vida deles. Ou trabalham demais, ou trabalham no que não gostam. Ou ganham pouco pelo trabalho que fazem. Ou namoram de menos, ou namoram quem não querem. São exemplos. De qualquer forma, não estão conseguindo realizar o que querem. Então fica mais fácil diminuir o dia, porque assim sobra menos tempo para querer fazer mais. E menos frustração também.

É um problema dos dias atuais. Da velocidade. O futuro já é hoje, quase ontem. Não se tem mais tempo para planejar a vida. Com vinte e poucos já precisamos de tudo o que antes poderíamos ter aos quarenta. Estabilidade financeira e família. Cobra-se de quem sai da faculdade que seja um profissional de sucesso, como se isso não fosse um caminho a ser percorrido. Como se não fosse necessário experiência. Esse é o mal da internet. Cria nas pessoas a ilusão da velocidade. A vida deve ser tão ou mais veloz que a rede.

Vive-se com a sensação de que algo ficou para trás, de que perdemos o bonde e de que não vai passar outro. Exclusão. A velocidade cria a sensação de exclusão. Vivemos a cada instante sendo excluídos de algo.

E aí, a solução é diminuir o tempo. Pará-lo, até, se pudéssemos. Menos tempo, menos exclusão.

Por essas e outras que prefiro e faço um dia maior. De trinta, por enquanto. Treino para conseguir mais. Talvez quarenta horas.

É o pensamento inverso: inclusão ao invés de exclusão. Quanto mais horas tiver, mais posso me incluir. Seja lá no que for.


Comentários à regra n. zero – II: os meus - a seguir...

terça-feira, julho 27, 2004

De como fazer um dia ter 30 horas

Pois é,

Este texto não é de auto-ajuda. Menos ainda de ajudar os outros, que isso não dá dinheiro. É um texto pessoal e intransferível. É o relato de uma experiência que não serve para nada a não ser para quem o escreveu. Se alguém tentar utilizar as técnicas aqui descritas e se der mal, problema seu!

Bueno, isto posto, ou isso posto – às favas com o Kaspary, que adora ensinar a diferença -, vamos ao que interessa.

Interessante como são as coisas. Meus colegas de trabalho dizem que eu não durmo. Não é que não durma. Durmo pouco. De cinco a seis horas, no máximo, por dia. E acho que durmo muito. Já houve tempos em que dormia apenas quatro horas. Dormir 8 horas é invenção da modernidade. É mania do bicho homem de repartir tudo bonitinho: trabalha oito horas, dorme oito horas e nas outras oito? Te vira meu, faz o que puder. Vai levar e buscar as crianças na escola; se for mulher, vai fazer almoço e janta pro safado do marido imbecil que nem pra sua própria subsistência serve; vai fazer compras no super, porque se deixar a mulher ir sozinha ela gasta o dinheiro do mês e o do mês seguinte. Vai ficar preso no trânsito por duas horas. E por aí vamos.

Até o começo do século passado dormia-se muito pouco. Pudera, trabalhava-se de 14 a 16 horas por dia. E sempre tem um italiano para inventar que trabalhar é ruim. Vagabundagem agora virou chique: é “ócio criativo”. Criativo prá ele que fica sentado na frente do computador escrevendo besteiras que ele sabe que os outros vão comprar.

Pois é! Paramos de trabalhar dezesseis horas e passamos a trabalhar oito. E o que fizemos dos oito que ganhamos? Ah, eu vou ao cinema ver aquele “excelente” filme americano, profundo, cheio de boas mensagens – até chorei – e que invariavelmente termina com a bandeira americana tremulando, tremulando...que nem diria aquele narrador de futebol. Mais pros outros. Mais do meu tempo, mais do meu dinheiro, mais do meu cérebro, mais sangue, mais guerras, mais novelas, mais Gugus, mais Veja, Exame, Isto É, Capricho, mais e mais sempre para os outros.

Já repararam que passamos a vida dando pros outros (no bom sentido é claro, ô cabecinhas! Ou será a minha?) tudo o que é nosso?

Regrinha zero: EU SOU MAIS EU! ANTES DE DAR QUALQUER COISA PARA ALGUÉM, DOU PRIMEIRO PARA MIM.

Ah! A galera vibrou: EGOÍSTA, EGOÍSTA, O AFONSO É EGOÍSTA.

Antes de dar meu dinheiro pro fabricante da revista – e para que ele, com meu dinheiro, vá velejar – velejo EU! Antes de dar meu dinheiro pra quem quer que seja botar mais gasolina na sua BMW, boto mais gasolina no meu fusquinha! Pobre do Afonso. Não sabe o prazer que é pagar R$75,00 para comer 50 gramas daquele MARAVILHOSO filé que tem naquele FAMOSO restaurante, freqüentado por gente bonita, bem vestida, que sai no jornal, que é formadora da minha opinião. Aí, como pode alguém viver sem isso. E por aí vamos.

Sou EGOÍSTA. Não dou nada para os outros sem antes dar para mim.
Não dou meu tempo. Não dou meu dinheiro. Não dou! (até porque, agora seria tarde...).

Claro que há um pouco de exagero aqui. Mas é para frisar que A PESSOA MAIS IMPORTANTE DO MUNDO SOMOS NÓS MESMOS. Jesus e Madre Tereza é um a cada dois mil anos. Claro que devemos olhar o próximo e ajudá-lo na medida das nossas forças. Mas ajudar aquele próximo que realmente precisa de nós e não aquele que vai botar mais gasolina na sua BMW! Não aquele que vai tomar uísque importado com o dinheiro dos trouxas que tomaram coca-cola , a R$3,00 cada, no restaurante dele. Não aquele que fabrica revistas de fofocas sobre a Maria Clara (a Diniz, não a minha!).

E falo de restaurante e revistas. Mas vale pra qualquer coisa.

Sem que se aprenda essa regrinha zero, nenhuma outra vai valer.
É só parar de dar o tempo para os outros que vai sobrar muito tempo para si. E como fazer isso? Deixando de considerar os outros mais importantes que a gente mesmo. Só vou repetir pra não ficar dúvida: acho que entenderam de quais outros eu falo: daqueles que não precisam de nós. E que, infelizmente, são a maioria dos que damos.

E sobra tempo para os amigos. Se toda vez que eu deixar de ir ao cinema, visitar um amigo, estou pensando em mim. Além de não dar meu dinheiro pra eles, ganho pelo convívio com os amigos, com uma bela picanha mal passada. Mas, Afonso, o cinema é a sétima arte, eu adoro Kurosawa (é assim?)

É? Que bom pra ti. Eu adoro meus amigos. Não troco meus amigos por dez Angelinas Jolies (bah, nessa nem eu acredito. Em todos os casos, SPP).

Alguém já deu, ou dá, 10% do seu salário prá si mesmo?

Eu dou. Eu invisto tudo o que posso em mim. Prefiro eu tomar uísque que dar meu dinheiro para outro tomar.

E essa é a primeira escolha. Lembram da questão da escolha? Pois é. Eu escolho a mim. Sou radical nisso, e esse é um corolário da regrinha zero: seja radical consigo mesmo. Não dê nada para ninguém antes de dar para si mesmo.

Essa é a primeira e grande escolha que devemos fazer. É tão importante que se reflete em tudo o mais. Depois vou comentar, mais sabe aquela historinha de chegar em uma reunião e não poder falar porque não leu a revista tal? Pois é. Sabe o que eu penso: problema deles!

Existem dois tipos de pessoas: as que vão na frente e as que vão atrás. Eu vou na frente sempre que posso. Por quê? Porque sou mais importante para mim do que a opinião de quem leu revistas. Tenho que aprender a me dar conta de que não perco nada com isso.

Vocês não imaginam quanto tempo sobra... continua...

terça-feira, julho 20, 2004

O Efeito Roger

2/... (até terminar)

Pois é,

Eu não sou da área do cinema, mas imagino que deva ser assim mesmo. Toda hora muda o roteiro. Ia contar uma historinha do meu tempo de escolinha (já ouvi dizerem que gaúcho adora falar no diminutivo. Será verdade?) e não é que apareceu outro coleguinha como coadjuvante?!!

Parece que essa turminha nunca tá sozinha. Sempre tem gente querendo fazer parte.

Vamos lá. O ano? Pode ser qualquer um. Escolham um quando vocês tinham 11 anos. Essa idade é boa para fazer os "efeitos especiais" de que precisamos aqui. Sei lá. Talvez a primeira punheta, a primeira tentativa de tocar os peitinhos daquela coleguinha dois anos mais velha, reclamar daquele fdp que sempre tira as melhores notas... Época em que descobrimos que "podemos aparecer".

E é sobre aparecer que "versa" a nossa singela narrativa.

Calma, calma! Estamos ainda descrevendo o ambiente. Algo clássico. Tipo dez páginas descrevendo a rua, a igreja, a época, os antecedentes familiares... não tenham pressa... (se é que alguém pagaria meia entrada...)

sábado, julho 17, 2004

O Efeito Roger

1/... (até terminar)
 
Pois é,
 
poderia ser Leandro, Antônio, Diego, João, Roberto... Não importa o nome. Poderia ser Ana. É, por quê não um nome feminino? Afinal, não são os americanos que colocam nomes femininos nos seus furacões? Nós até já colocamos um nome feminino no nosso primeiro furacão: Catarina. Muito mais por ser feminino, e por um ato de imitação, do que pelo estado mais atingido. Poderia ser Maria Clara, Ana Carolina, Ana Roberta... Enfim, o nome não importa. Poderia ser Afonso. Não. Não daria meu nome para isso. Muitos cientistas dão seus próprios nomes para as suas descobertas. Ou as descobertas acabam levando seus nomes. As Leis de Newton, e tantas outras são exemplos clássicos disso. O nome não importa. É Roger e ponto. Roger da Silva. Bem comum. Devem existir milhares deles por esse Brasil afora. Assim ninguém vai poder sentir-se atingido.
 
E por falar nisso, importa que se diga, como em Hollywood, que qualquer semelhança com fatos ou pessoas da vida real terá sido, ou é, mera coincidência. Ou seria melhor dizer que “o relato baseia-se em um caso verídico” e terminar contando que fim levou a personagem na vida real? (que eu, talvez, jamais venha a saber qual será? – e confesso: não estou nem um pouco interessado em saber!).
 
A história? Bem, a história é dessas histórias de criança. Acontecem quando a gente é criança. Acontecem na escola. Na sala de aula ou no recreio. Para que sejamos fidedignos (lembrem-se: é mera coincidência), essa se passa na sala de aula.
 Então, sentem-se. Peguem as pipocas e o refrigerante. As luzes já se apagaram e o Roger ruge. Ops, isso é mais tarde. Por ora é o leão da Metro que está rugindo...



domingo, julho 11, 2004

De sábados e esposas...

Pois é,

Quem é casado, ou vive com, sabe que sábado costuma ser o pior dia da semana. Por isso os homens inventaram o futebol com os amigos. É a única maneira de fugir. De domingo a sexta-feira as mulheres ficam imaginando tudo o que poderão fazer no sábado.

Fosse só isso e tudo bem. Mas não! Elas te querem junto, pra tudo! É o dia que elas querem que façamos todas as pequenas – e as grandes – reformas na casa. Reclamam que a faxineira não limpou direito e te colocam a varrer. Querem limpar embaixo do sofá e como não têm forças para isso, lá vamos nós a erguer sofás, poltronas, camas... Sim, não podemos imaginar que seja apenas o sofá. O sofá é o começo do tormento...

Sabe aquele livro que querias finalmente parar para ler? Esquece! Sabe aqueles mails que deixaste para responder com calma no sábado? Esquece! Sábado foi o dia ela marcou para pintar a porta nova (claro que comprada no sábado anterior, quando ela te fez ir a todas as lojas até encontrar a porta dos sonhos dela). Há um mês vens dizendo, que de pintar, o único que sabes é o sete. Santa ilusão, ela passou a semana toda telefonando atrás de pintores de portas...

Nove da manhã, cinco graus na rua, tua única esperança é que o pintor também é homem e vai dar bolo. Nova ilusão, o cara também quer fugir da mulher dele... no sábado! E sabem qual é a porta nova? Bidu! É a do quarto onde estás, embaixo de sete cobertores! Fossem sete palmos e não te incomodarias...

Junte-se a isso, uma ida básica aos shoppings. Só para dar uma olhadinha naquela geladeira, sabe? E vais a todas as lojas e a todos os shoppings sempre olhando a mesma geladeira... benzinho (nessas horas elas bem que sabem ser carinhosas), tu sabes que cada loja tem um preço diferente. Nessa eu não compro mais porque tem uma vendedora estúpida... (já viram como mulher detesta ser atendida por mulher?). Bem se vê que elas não manjam nada de marketing. Hoje em dia os preços são os mesmos do Oiapoque ao Chuí. Não adianta apelar para a razão. Afinal, se Deus quisesse que as mulheres tivessem razão, teria usado um pedaço do nosso cérebro e não da costela...

Não bastassem as geladeiras, acabas descobrindo que tua casa, na ótica delas, é um lixo! Querem trocar tudo. O fogão, a televisão, o sofá que ergueste horas atrás, e se te bobeares elas dizem que te trocam por outro... que és um imprestável, que só quer ficar em casa sem fazer nada, que elas também trabalham a semana toda, mas que estão sempre dispostas...ai, ai, ai, golpe baixo não vale!. Te pegam pelos ouvidos... são capazes de ficar horas a fio falando... Reclamando... E não resistimos. Pagamos qualquer preço, menos esse... E resignados vamos de loja em loja...

Sete horas da noite. Chegas em casa e a primeira coisa que olhas é para a cama (porta? Que porta?). Surpresa!!! A casa está virada de cabeça para baixo! E sabes porquê? Lembra daqueles minutos em que estavas no banheiro? Pois é, ela combinou com o pintor para pintar a tua estante e a tua mesa. Sem te avisar, é claro! Teu único e sagrado cantinho na casa. Teu altar. A tua estante e a tua mesa. O único lugar que pensavas ser somente teu. Tua bagunça organizada.

Não sei o que fazer. Confesso. Entro em estado de choque. Profundo. Penso nas alternativas:

(a) vou embora pra Passárgada (pensando bem, não. A mulher que eu quero também está lá);
(b) sento no chão e choro (sim, no chão, pois nem acho mais a cadeira em meio à bagunça);
(c) peço demissão do cargo de marido (pra outro assumir? Não, deixa assim!);
(d) fechar os olhos e pensar que tudo não passa de um sonho? (Não! Pode ser pesadelo mesmo!)
(e) Ah! A famosa “e”. De tão difícil, que sempre é “nenhuma das anteriores”.

Agora o “happy end”: Depois de tudo o que te fazem passar ao longo do dia; quando te decides pela alternativa “e” (te jogar em cima da cama de qualquer jeito e dormir até segunda-feira), quem está em cima da cama, sexy, sensual, como nunca esteve antes (talvez até nunca tenhas notado, mas ela sempre foi assim), com aquele olhar de quem só pretende dormir depois das três da manhã? Pois é, ela e o sábado. Te traindo!



quinta-feira, julho 08, 2004

Poesia

Pois é,

Dia desses minha filha telefona desesperada. Paiêeee, a professora mandou a gente fazer uma poesia usando a palavra folha. Tipo aquelas que aparecem nos ônibus.

Como? Poesia de ônibus? É, ela até deu um exemplo. Eu não sei fazer poesia, ke ki eu faço?

E tem gente que não acredita que ser pai é padecer no paraíso...

Ke ki eu faço, nessas horas!!!??? Deixo ela perder a ilusão do super-pai ou arrisco fazer minha filha tirar um redondo zero?

Pedi um tempo pra pensar. Não pai, é pra amanhã. Faz logo e me manda pelo mail! Te espero, tchau! Só não posso dizer que ela bateu o telefone na minha cara, porque ela só faz isso quando está braba comigo.

Premido e espremido pelo tempo e pelo juramento feito há 14 anos de tentar nunca decepcioná-la (podia alegar que naquele dia ela recém era nascida e ainda não entendia português e que falei aquilo movido pela emoção da hora, e coisa e tal...e conseguir um jeito de fugir pra Fortaleza).

Mas não. Ainda por cima gosto de desafios! Fiz a poesia.

Confesso que até hoje não tive coragem de perguntar que nota ela tirou...e nem ela me disse...(maus presságios...maus presságios).

Vá lá. Ao mundo. E seja o Deus quiser...

A folha, no outono,
Sempre caída.
A folha, de pagamento,
Sempre atrasada.
Esta folha, de caderno,
Sempre vazia.

Ah! Folha vazia!
Sempre olhas para mim.
Que sei eu pra te dizer,
que sei eu pra te escrever!

Se são vazias minhas idéias,
Se estão caídas minhas canetas,

Que posso eu te dizer?

domingo, julho 04, 2004

Virtuais!

Pois é,

Não me convenço dessa gente virtual. Fico pensando no quão difícil deve ser “ser virtual”. Sexta-feira, em uma aula que dou num treinamento de novos colegas, uma colega reclamou que não tem tempo para mandar uma mensagem com seus comentários a respeito de determinada situação. Será que alguém não tem três minutos para escrever um mail e mandar? Ainda mais sendo do interesse dela? E tudo gente na faixa dos 20 anos...É apavorante ver tanta juventude fora do mundo...

Pareceu meio sem sentido. Deixa eu começar de novo...

Não me convenço dessa gente virtual. Ontem, numa festa, contei que há exatos vinte anos tive a oportunidade de assistir a uma “conversa on line”. Havíamos adquirido, na empresa onde trabalhava, um ED-690. [Putz, vou abrir um parênteses e falar de história...Sim, crianças, existia um mundo antes da internet, antes dos pentiuns da vida.] Um trambolho do tamanho de um frigobar (maior até, pois hoje em dia até os frigobares (?) são pequenos). Levou quase uma semana para configurar o troço.

Na hora marcada, uma verdadeira solenidade. Presidente da empresa, diretoria, gerentes e os arigós. Repartidos entre duas salas. Uma, onde estava o trambolho. Na outra, um terminal. Clima de expectativa. Imaginem, pela primeira vez poderíamos ver uma mensagem sendo mandada de um terminal para o outro. Duas pessoas podendo conversar pelo computador. Avançadíssimo!!! 1984. Na época falava-se muito do livro do Orwell. E esse negócio de computador falando com computador gerava a maior discussão: havia os que defendiam a tese do BB (por incrível que pareça ainda tem gente assim, nos dias de hoje – tem até uma comunidade no Orkut) e, para variar, os que achavam (como eu) tudo isso o grande besteira. Enfim, grande ocasião. Estávamos presenciando os primórdios da Era da Informática. E isso há somente 20 aninhos. Idade da maioria das pessoas que andam por aí pela internet (vejam as estatísticas do Orkut: 52% tem entre 18 e 25 anos – isso se não estão mentindo).

Escrita a mensagem e....tchannn...apareceu no outro terminal!! Saí correndo para ver. Quando cheguei na outra sala todos batiam palmas. Sucesso total. “Somos uma empresa moderna...” começou a discursar o presidente. Na mesma época os arautos da informática previam o fim do uso do papel e de tantas outras coisas. Tudo o que mais se gasta hoje em dia é justamente papel para impressoras...hehehehehe e tantas outras coisas, principalmente conversa furada...

Foi rápido. Vinte anos passam voando. Tão rápido que as pessoas se esquecem que tudo começou logo ali. Hoje não há como imaginar um mundo sem computador e sem internet.

Pareceu meio sem sentido. Deixa eu começar de novo...

Não me convenço dessa gente virtual. Agem no virtual como agem no real. São avessos. Se escondem. Entram e saem das salas de aula virtuais como sempre entraram e saíram das salas reais: com medo. Do mesmo jeito que os grupinhos se formam nas salas reais, eles se formam nas salas virtuais. Não muda nada. Não se dão conta que o mundo virtual proporciona novas formas de se relacionar. São incapazes de fazer a separação: virtual-real. Acham que o que é virtual é também real e se esquecem (ou não se dão a chance) de ver que, em geral, são coisas diferentes.

Uns poucos. Uns poucos se adaptam...convivem entre o real e o virtual sem problemas...misturam os dois sem problemas. A maioria? A maioria é massa informe. Está aí simplesmente porque nasceu; e só está esperando morrer...

Pareceu meio sem sentido. Deixa eu começar de novo...